domingo, 19 de dezembro de 2010

Candomble jeje

A Nação Jeje

A nação jeje-mahin, do estado da Bahia, e a jeje-mina, do Maranhão,
derivaram suas tradições e língua ritual do ewê-fon, ou jejes, como já eram
chamados pelos nagôs, e suas divindades centrais são os voduns. As tradições
rituais jejes foram muito importantes na formação dos candomblés com
predominância iorubá.

A Palavra Jeje

A palavra JEJE vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro.
Portanto, não existe e nunca existiu nenhuma nação Jeje, em termos políticos.
O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons
vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de
forma perjurativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque
os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do
lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savê" que era o
lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba,
uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de
Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste,
enquanto Axantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje.

A Palavra Dahomé

A palavra DAHOMÉ, tem dois significados: Um está relacionado com um
certo Rei Ramilé que se transformava em serpente e morreu na terra de Dan.
Daí ficou "Dan Imé" ou "Dahomé", ou seja, aquele que morreu na Terra da
Serpente. Segundo as pesquisas, o trono desse rei era sustentado por serpentes
de cobre cujas cabeças formavam os pés que iam até a terra. Esse seria um dos
significados encontrados: Dan = "serpente sagrada" e Homé = "a terra de
Dan", ou seja, Dahomé = "a terra da serpente sagrada". Acredita-se ainda que
o culto à Dan é oriundo do antigo Egito. Ali começou o verdadeiro culto à
serpente, onde os Faraós usavam seus anéis e coroas com figuras de cobra.
Encontramos também Cleópatra com a figura da cobra confeccionada em
platina, prata, ouro e muitos outros adornos femininos. Então, posso dizer que
este culto veio. descendo do Egito até Dahomé
Idioma do Povo

Os povos Jejes se enumeravam em muitas tribos e idiomas, como: Axantis,
Gans, Agonis, Popós, Crus, etc. Portanto, teríamos dezenas de idiomas para
uma tribo só, ou seja, todas eram Jeje, o que foge evidentemente às leis da
lingüística - muitas tribos falando diversos idiomas, dialetos e cultuando os
mesmos Voduns. As diferenças vinham, por exemplo, dos Minas - Gans ou
Agonis, Popós que falavam a língua das Tobosses, que a meu ver, existe uma
grande confusão com essa língua.

A origem da Nação

Muitos Voduns Jeje são originários de Ajudá. Porém, o culto desses voduns só
cresceram no antigo Dahomé. Muitos desses Voduns não se fundiram com os
orixás nagos e desapareceram totalmente. O culto da serpente Dãng-bi é um
exemplo, pois ele nasceu em Ajudá, foi para o Dahomé, atravessou o
Atlântico e foi até as Antilhas.

Quanto a classificação dos Voduns Jeje, por exemplo, no Jeje Mahin tem-se a
classificação do povo da terra, ou os voduns Caviunos, que seriam os voduns
Azanssu, Nanã e Becém. Temos, também, o vodun chamado Ayzain que vem
da nata da terra. Este é um vodun que nasce em cima da terra. É o vodun
protetor da Azan, onde Azan quer dizer "esteira", em Jeje. Achamos em outro
dialeto Jeje, o dialeto Gans-Crus, também o termo Zenin ou Azeni ou Zani e
ainda o Zoklé. Ainda sobre os voduns da terra encontramos Loko. Ele apesar
de estar ligado também aos astros e a família de Heviosso, também está na
família Caviuno, porque Loko é árvore sagrada; é a gameleira branca, que é
uma árvore muito importante na nação Jeje. Seus filhos são chamados de
Lokoses. Ague, Azaká é também um vodun Caviuno. A família Heviosso é
encabeçada por Badë, Acorumbé, também filho de Sogbô, chamado de Runhó.
Mawu-Lissá seria o orixá Oxalá dos yorubás. Sogbô também tem
particularidade com o Orixá em Yorubá, Xangô, e ainda com o filho mais
velho do Deus do trovão que seria Averekete, que é filho de Ague e irmão de
Anaite. Anaite seria uma outra família que viria da família de Aziri, pois são
as Aziris ou Tobosses que viriam a ser as Yabás dos Yorubás, achamos assim
Aziritobosse. Estou falando do Jeje de um modo geral, não especificamente do
Mahin, mas das famílias que englobam o Mahin e também outras famílias
Jeje.

Como relatei, Jeje era um apelido dado pelos yorubás. Na verdade, esta
família, ou seja, nós que pertencemos a esta nação deveríamos ser
classificados de povo Ewe, que seria o mais certo. Ewe-Fon seria a nossa
verdadeira denominação. Nós seríamos povos Ewe ou povos Fons. Então, se
fôssemos pensar em alguma possibilidade de mudança, nós iríamos nos
chamar, ao invés de nação Jeje, de nação Ewe-Fon. Somente assim estaríamos
fazendo jus ao que é encontrado em solo africano. Jeje é então um apelido,
mas assim ficamos para todas as nossas gerações classificados como povo
Jeje, em respeito aos nossos antepassados.

Sincretismo

Esta é a lista que revela os nomes pagãos/demoníacos de 80 Exus e de 19 Pombo-giras. Esse sincretismo foi realizado somente na kimbanda brasileira não sendo adotado na kimbanda bantu na África. Porém a kimbanda como culto extremamente antigo e milenar influenciou a muitas religiosidades e cultos ao redor do mundo dentre os quais a própria goétia é uma forma de evocar os mesmos espíritos mas em outra forma de culto.
1- Exu Rei das Sete Encruzilhadas- Diabo Astaroth
2- Exu Rei dos Sete Cruzeiros- Diabo Lucífugo Rofocale
3- Exu Rei da Mata- Diabo Bael
4- Exu Rei da Kalunga- Diabo Asmoday
5- Exu Rei das Sete Liras- Diabo Lucifer
6- Exu Rei das Almas- Diabo Nergal
7- Exu Rei da Praia- Diabo Leviathan
8- Exu Tranca Ruas-Diabo Tarchimache
9- Exu Sete Encruzilhadas-Diabo Gaab
10- Exu Marabô- Diabo Satanakia
11- Exu Tiriri- Diabo Fleruty
12- Exu das Almas- Diabo Eurinomo
12- Exu Veludo- Diabo Sagatana
13- Exu Morcego- Diabo Guland
14- Exu Sete Gargalhadas- Diabo Kobal
15- Exu Mirim- Diabo Serguty
16- Exu Tranca Tudo- Diabo Frutimière
17- Exu Kirombô- Diabo Nel Biroth
18- Exu Sete Cruzeiros- Diabo Malpas
19- Exu Mangueira- Diabo Agalierap
20- Exu Kaminaloá- Diabo Tarihimal
21- Exu 7 Cruzes- Diabo Mersilde
22- Exu 7 Portas- Diabo Surgat
23- Exu Meia Noite- Diabo Hael
24- Exu Karunga- Diabo Kelby
25- Exu Quebra Galho- Diabo Frimost
26- Exu Sombra- Diabo Morail
27- Exu das Matas- Diabo Hicpath
28- Exu das Campinas- Diabo Stolas
29- Exu da Serra Negra- Raym
30- Exu 7 Pedras- Diabo Humots
31- Exu 7 Cobras- Diabo Nagas
32- Exu do Cheiro- Diabo Aglasis
33- Exu Arranca Toco- Diabo Minoson
34- Exu Porteira- Diabo Baalcefon
35- Exu 7 Tumbas- Diabo Vetalas
36- Exu 7 Catacumbas- Diabo Andras
37- Exu Braza- Diabo Haristum
38- Exu Caveira- Diabo Sergulath
39- Exu Calunga- Diabo Duca Syrach
40- Exu Corcunda- Diabo Gnomo
41- Exu 7 Covas- Diabo Belfegor
42- Exu Capa Preta- Diabo Musisin
43- Exu 7 Lombas- Diabo Moloch
44- Exu da Pemba- Diabo Brulefer
45- Exu Marabá- Diabo Huictogaras
46- Exu Curador- Diabo Heramael
47- Exu 9 Luzes- Diabo Beelzebuth
48- Exu 7 Montanhas- Diabo Elegolap
49- Exu Tata Caveira- Diabo Proculo
50- Exu Gira Mundo- Diabo Segal
51- Exu 7 Poeiras- Diabo Sirchade
52- Exu dos Infernos- Diabo Amy
53- Exu do Cabaré- Diabo Behemot
54- Exu 7 Liras- Diabo Murmur
55- Exu Cigano- Diabo Nibras
56- Exu Zé Pilintra- Diabo Scox
57- Exu Pagão- Diabo Bucon
58- Exu Ganga- Diabo Damaston
59- Exu Malê- Diabo Sustugriel
60- Exu Chama Dinheiro- Diabo Melchom
61- Exu dos Rios- Diabo Nesbiros
62- Exu 7 Cachoeiras- Diabo Khil
63- Exu Pedra Preta- Diabo Glaunek
64- Exu Marinheiro- Diabo Andrialfo
65- Exu do Lodo- Diabo Pruflas
66- Exu Maré- Diabo Pentagnoni
67- Exu Bahiano- Diabo Nisroch
68- Exu dos Ventos- Diabo Bechaud
69- Exu do Côco- Diabo Orobas
70- Exu Pinga Fogo- Diabo Thamuz
71- Exu da Areia- Diabo Pazuzu
72- Exu Guerreiro- Diabo Abigor
73- Exu 7 Trovões- Diabo Amducias
74- Exu Casamenteiro- Diabo Prusias
75- Exu Matança- Diabo Samael
76- Exu Pimenta- Diabo Trimasael
77- Exu do Forno- Diabo Ucobac
78- Exu 7 Folhas- Diabo Ufir
79- Exu Elebó- Diabo Utukku
80- Exu Malandro- Diabo Valafar
1- Pombo Gira Rainha das 7 Encruzilhadas- Diaba Astartea
2- Rainha 7 Cruzeiros- Diaba Piltitis
3- Rainha do Candomblé- Diaba Pandilla
4- Rainha da Kalunga Pequena- Diaba Lilith
5- Rainha das Almas- Diaba Allatou
6- Rainha das Matas- Diaba Proserpina
7- Rainha da Praia- Diaba Klephot
8- Cigana- Diaba Mara
9- Maria Mulambo- Diaba Aluca
10- 7 Maridos- Diaba Baalberith
11- Pombo Gira da Kalunga- Diaba Lamastu
12- Maria Quitéria- Diaba Lâmia
13- Pombo Gira das Cobras- Diaba Nagini
14- Dama da Noite- Diaba Noctiluca
15- Pombo Gira das Almas- Diaba Rusalkis
16- Pombo Gira da Praia- Diaba Iset Zemunin
17- Pombo Gira do Luar- Diaba Upierzyca
18- Pombo Gira Menina- Diaba Viechtitsa
19- Pombo Gira do Sol- Diaba Keteb 

Kimbanda Malei

NKULU é o termo em kimbundu que significa antepassado, a analogia mais próxima para a KIMBANDA MALEI referida em diversas publicações.
Kimbanda é o termo em kikongo que significa feiticeiro, curandeiro de onde surgiu o culto dos negros que não admitiam a imposição dos inquisidores portugueses conhecidos como Padres Jesuítas.
O culto de kimbanda subdividido em 7 linhas e dentro dessas linhas estão as almas dos antepassados correpondentes a sua cultura.
A linha Malei que é a mais poderosa de todas as linhas, de todas as nações e de todas as tribos é comandada pelo chefe supremo Exu Rei. Na tríade quem comanda por ordem de Exu Rei é Exu Rei das 7 Encruzilhadas.
A linha tem como sua característica uma espada e um tridente. As pessoas desta linha são envolvidas por uma luz vermelha sem brilho. Esta linha é composta de 7 Falanges e seus adeptos são exímios em provocar vícios dos mais diversos.
Tem a composição de 6 ministros e 2 auxiliares as quais transmitem às demais Linhas. Cada uma das 7 linhas de Exu são composta de 7 Falanges. Sendo assim 7x7=49, ou seja as linhas e sua falanges = 49 cargos e o Estado Maior = 9 com sua soma dá 58 cargos em sua totalidade. Assim vai se subdividindo as falanges e grupos de 7 em 7.
As linhas da Kimbanda são em número de sete.
1ª Linha - Linha Malei - Chefe - Exu Rei, é composta por 7 falanges, cada qual com seu chefe, e seus sete respectivos subordinados. Os componentes desta linhas são os componentes do Alto Comando do Povo de Exu, por este motivo é entendida como a linha que opera e comanda todas as decisões dentro do reino. Esta linha funciona com um alto conselho, uma alta cúpula que rege e administra o reino de Exu.
Componentes da Linha Malei: 1 - Exu Rei das Sete Encruzilhadas 2 - Exu Marabô 3 - Exu Mangueira 4 - Exu Tranca Ruas das Almas 5 - Exu Tiriri 6 - Exu Veludo 7 - Exu dos Rios ou Campinas-Pomba Gira Rainha das Sete Encruzilhadas.

COMIDAS DE SANTO



Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.
Eis então algumas das principais comidas:
Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.
Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.
Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.
Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru – é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.
Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.
Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.
Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.
Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.
Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.
A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.
A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas.
São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.
Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.
Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais.
Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.

COMIDAS DE SANTO



Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.
Eis então algumas das principais comidas:
Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.
Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.
Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.
Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru – é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.
Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.
Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.
Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.
Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.
Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.
A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.
A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas.
São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.
Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.
Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais.
Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.

COMIDAS DE SANTO



Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.
Eis então algumas das principais comidas:
Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.
Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.
Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.
Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru – é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.
Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.
Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.
Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.
Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.
Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.
A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.
A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas.
São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.
Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.
Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais.
Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.

COMIDAS DE SANTO



Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.
Eis então algumas das principais comidas:
Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.
Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.
Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.
Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru – é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.
Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.
Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.
Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.
Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.
Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.
A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.
A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas.
São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.
Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.
Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais.
Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.