domingo, 19 de dezembro de 2010

Exus

Exu é o nome que damos no culto de kimbanda aos nossos ancestrais.
Os exus na Tradição malei são sincretizados com demônios medievais e dispostos em uma hierarquia de divindades infernais que regem por sobre a matéria e sobre os interesses do ser-humano neste mundo.
Exu é uma força, uma potência viril, e sua natureza é a de pura vitalidade, energia pura. Os exus da kimbanda não devem ser confundidos com os da Umbanda, na Umbanda os exus são escravos de orixá e todos são classificados como espíritos torpes que em vida foram bebâdos ou assassinos ou prostitutas e etc. No entanto na Kimbanda os exus e pombo giras são ancestrais antiquissimos e podem tanto ter sido ladrões e prostitutas quanto também podem ter sido principes e rainhas enquanto estavam vivos no mundo. Exu é sincretizado com o Diabo pois o Diabo é o símbolo da liberdade verdadeira, ele rejeitou as regras de um determinado Deus para seguir sua própria natureza, Exu nos ensina a seguirmos nossa própria natureza, saudando nossa ancestralidade e cuidando de nossa raíz, obtendo assim bons frutos dessa árvore que é o viver.
Os Exus:
A kimbanda MALEI [NKULU] é reinada por EXU REI que raramente incorpora em alguém.
Sua luz e vibração é tão forte que um médium despreparado fatalmente morreria.
Então como uma tríade dessa dividade do bem e do mal:
Exu Rei das 7 Encruzilhadas, Rei e Mangueira.
Na vibração do cemitério ele vem na face de Kavungo, o senhor da morte.
Tanto cura quanto mata. Tanto enriquece quando empobrece.
Como Rei na antiguidade de Assur dos Assírios ele foi o primeiro a vir a terra.
Exu 7 Capas:
É o Exú da hora da passagem; responsável pelo corte do cordão fluídico no momento da morte. Vindo pela linha de divindades da mata.
Exu Caveira:
Você encontrará o Caveira sob o nome de Gad na bíblia, ele tem manifestação silenciosa e seu nome sumério é:Sergulath, quando cantar um ponto para esse Exu, você invoca esse nome e terá vibração.
Um espírito bom nem sempre é necessário sua incorporação, Você sentirá essa vibração quando seguir sua intuição. Lembre-se o resultado dos trabalhos são melhores do que o conhecimento.
Sua oferenda deve ser colocada no meio do cemitério na cruz mestre, lembre-se é para o bem. Ele é muito bom para cura, pois logo atrás da cruz mestre rege a divindade da morte e da vida.
O Exu Caveira é possuidor de grandes poderes; favorece-nos e ensina-nos as artimanhas da guerra, a fim de vencermos os nossos inimigos.
Deve-se reverenciá-lo quando entrar no cemitério.
Sarava ao Omulu Rei! (O dono dos cemitérios). Sarava ao Exu Caveira (O encarregado de zelar pelos cemitérios) .
É auxiliar direto de Omulu Rei. Comanda 7 (sete) Exus, que indicamos abaixo, além de supervisionar os trabalhos de Exu do Cheiro, que comanda 49 (quarenta e nove) Exus. Os 7 Exus são:
Exu Tatá Caveira Exu Brasa Exu Pemba Exu Maré Exu Carangola Exu Arranca-Tôco Exu Pagão
Exus da linhagem do Caveira
Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso
Exu Mór:
É o Exu do Buião [Ibicuim]. Ancestral da riqueza, luxúria, orgias e da alta sociedade. Sua analogia é encontrada na etimologia de Baalzevuth, que em hebraico significa 'Senhor das moscas'. Quando ofertado as moscas antes da decomposição da carne e do animal sacrificado as moscas se apresentam em grande quantidade.
Exu do Lodo:
É o mesmo que Exu Nanguê da nação Keto. Este ancestral é o que devastou recentemente com lama uma região no outro lado do mundo. Provoca catástrofes naturais como lamaçais devastando tudo que encontra pela frente.
Exu Marabô:
Tem conhecimento profundo de todos os planetas
Ele tem poder em cima de todas as mulheres e meninas.
É o fiscal das encruzilhadas onde nenhum outro Exu recebe sua oferenda sem antes ele analisar e aprovar. Marabô também responde dentro do cemitério e dependendo da evoluação tem características de caboclo. Quem carrega esse ancestral tem características benéficas e dificilmente aprecia a prática de malefícios.
Fala e escreve perfeitamente o francês.
Quando incorpora num médium,
usa o nome de seu companheiro Exu Mangueira.
Sua apresentação é a de um perfeito cavalheiro.
Aprecia bebidas finas e os melhores charutos.
Exu Mangueira:
É um ancestral africano, porém egípcio e revela segredos e desvela mistérios. Com as características tribais de cabelos pretos, muito alto e silencioso. Sua apresentação é idêntica a de seu companheiro Marabô. Fala e escreve corretamente o francês. A única particularidade que possui é o fato de expelir odor de enxofre na sua incorporação. Aprecia bons vinhos e ótimos charutos. Esta entidade, uma vez invocada, jamais aceita ordens terrenas e, para se retirar, é necessário recorrer-se à entidades superiores que atendam o seu pedido. No final dos trabalhos de Kimbanda, pedimos a esta entidade que proteja o nosso Terreiro.
Exu Morcego:
É o Exu da morte, cura e vida. É ancestral do ar que desceu do céu para decapitar
os primeiros homens maias feitos em madeira.
Seu assentamento leva ferradura e ouro.
Ele representa o arcano 13 do tarô e guardião do umbral. É o ancestral que trás consigo o ritual da morte das paixões terrenas onde o homem sai da roda de sansara e entra na vida, ou seja em direção a luz.
É também o ancestral que aprisiona as pessoas apegadas as paixões terrenas e somente sai das cavernas quando realiza as verdades espirituais da vida.
Sua oferendas são realizadas em cemitérios e pântanos.
Este ancestral tem o poder de transmitir ou curar, à distância, qualquer espécie de moléstia. Os trabalhos são efetuados na hora grande, isto é, à meia-noite e, geralmente, na Magia Negra, onde são utilizados animais. Após o sacrifício esses animais estão sujeitos a contraírem, a raiva (hidrofobia), quando a finalidade desses trabalhos é feita com o propósito de enloque-cer algum oponente.
A sua apresentação é a de um enorme morcego. É o décimo primeiro comandado de Exu Kalunga.
Exu Omolu:
Dono e Senhor dos Cemitérios
Que tem como auxiliar Sergulath [Exu Caveira] e Hael [Exu da Meia Noite]
Sua oferendas são postas na parte de trás da cruz mestre dos cemitérios, oferendando primeiro ao Caveira ou Hael na cruz mestre e na entrada para Exu Porteira.
Seguindo o comando de Caveira: Tatá Caveira, Braza, Pemba, Maré, Carangola, Arranca Toco e Bucons.
Seguindo o comando de Exu Meia Noite: Exu Mirim, Pimenta, Malê, 7 Montanhas, Ganga, Kaminaloá e Quirombô.
Este é um ornograma das falanges de Exus que trabalham sob as ordens de Omolu
Na cruz mestre do cemitério é a outra face de Exu Rei.
Exu Quebra Galho:
É um ancestral que 6 meses é masculino e 6 meses feminino. Especialista em uniões homossexuais e orgias. Aceita a oferenda em locais onde o 'verde' está mais florido.
É o segundo comandado do Exu Kalunga. Possui vários poderes, principalmente nas matas. A sua presença é logo sentida pelos estalos dos galhos. Também exerce forte domínio sobre as mulheres, incitando-as à prostituição. É a entidade mais solicitada neste particular.
Os trabalhos para separação ou amarração, são feitos num boneco de madeira tosca e entregue a esse poderoso Exu.
Exu Tiriri:
É um ancestral que tem poder de provocar chuvas de granizo e é o mais rápido dos ancestrais. Excelente para negócios rápidos e sobretudo as naturezas do comportamento humano. Quem tem esse ancestral tem o dom de ser bom negociante com bons lucros.i
É companheiro do Tranca-Ruas, porquanto possui idênticas forças em seu comando.
Sua apresentação é de um homem preto,
cuja pele corroída pela bexiga (peste), é bem visível.
Grandemente evocado para os trabalhos a serem despachados
nas encruzilhadas, nos campos, nos rios e as vezes nos cemitérios,
embora não esteja em sua jurisdição (pois o mesmo pertence à Linha de Kavungo),
o mesmo é atendido porquanto as Linhas, Falanges, Sub-Falanges do mal têm entre si acordos neste sentido.
Exu Tranca Rua das Almas:
É a segunda pessoa de Exu Mór, sendo a sua posição idêntica à do Exu Marabô, com a mais alta responsabilidade no Reino dos Exus. A ele está designada guarda das entradas e de recintos onde se pratica a alta magia, É conhecido, também, na gloriosa Umbanda, por Elio.
Em todas as reuniões espirituais o Exu Tranca-Rua mantém proteção, com a sua guarda de choque, contra os kiumbas, que procuram deturpar o bom andamento dos trabalhos. Assim sendo, sentimo-nos na obrigação de saudar esta ancestralidade em primeiro plano ao darmos início aos trabalhos de Kimbanda, para que o ambiente sinta a sua proteção. Existem vários ancestrais que se apresentam como Exus Tranca-Ruas, porém os mais conhecidos são: Tranca-Ruas das Almas e Tranca-Rua de Embaré.
Exu Mirim:
É o primeiro comandado de Exu da Meia-Noite. Sua apresentação é na forma de uma criança endiabrada, misturando-se em trabalhos ou festas, dedicados exclusivamente aos Ibejis, causando transtornos aos chefes de Terreiros. A sua atuação em trabalhos maléficos produz efeitos aterrorizantes, os quais nenhum outro Exu poderá desmanchar nem deles participar, pois, segundo a lei férrea da Kimbanda, eles são invulneráveis por serem consideradas normais as traquinagens dos Exus mirins.
Assim, somente eles próprios podem desmanchar os seus trabalhos maléficos, aos quais consideram brincadeira. A única maneira de se abrandar a fúria dos Exus Mirins, é presenteá-los com brinquedos e doces, anulando, desta forma, suas ações nefastas.
O Exu Mirim e sua poderosa Falange apreciam todas as guloseimas. Seu curiador é guaraná e licores açucarados.

Ponto Cantado

ó meu senhor das armas, Não faça pouco de mim! Eu é tão pequenino, Eu é Exu Mirim.
Também tem a manifestação de EXU Lalu Menino como outra face de Doum.
Exu Manguinho ou Veludinho outra face de Cosme e Damião.
Exu Menino é um pequeno ancestral negro que se apresenta de cócoras quando o médium tem a visão de poder vê-lo.
Exu Tiriri Menino controlado por Tupãzinho chefe de linha de Yori.
Exu Veludo:
Esta entidade é assistente direta de Exu Rei das Sete Encruzilhadas), a terceira manifestação de Sua Alteza, o Maioral. Possui vibrante força mágica. Sua evocação é muito apreciada na Kimbanda e, principalmente, na "Magia Negra", pois, tem suas forças sempre prontas para proteger aos que recorrem à sua proteção.
Sua apresentação é a do mais fino cavalheiro, ricamente vestido num belo traje com gola de veludo, e um fino cachecol da mais pura seda de cor vermelha; também usa uma capa de veludo preta, forrada de cetim vermelho. Aprecia os melhores charutos, gostando de examinar os mesmos antes de se servir. Quanto à bebida, prefere o conhaque, exigindo que o mesmo lhe seja servido numa pequena bandeja. Extremamente forte nas limpezas das casas religiosas e de estabelecimentos comerciais.
Exu Capa Preta:
As atribuições deste Exu consistem em fiscalizar todos os caminhos, provocar a desarmonia entre os membros de um Terreiro e derrubar o seu chefe.
Apresenta-se envolto numa capa preta, daí o seu nome. Sua oferenda preferida é carne crua, de preferência carne de porco; como bebida, cachaça. Grandemente evocado na Kim-banda, possui grande poder maléfico, do estilo de faca de dois gumes, isto é, trabalha tanto para o bem como para o mal, conforme for solicitado.
É o décimo sétimo comandado de Exu Kalunga. É muito solicitado para resolver problemas judiciais. Trabalha com Caboclo Cobra Coral na Kimbanda dos caboclos kimbandeiros.

Exu Tata Caveira:
É o primeiro comandado de Exu Caveira, e apresenta-se na forma de seu chefe. É um ancestral que trabalha mais para o mal, tendo facilidade em corromper todos aqueles que fazem uso de bebidas alcoólicas, drogas, entorpecentes etc.
Entretanto ele como alma de chefe kimbandeiro pode curar e revelar os segredos dentro da feitiçaria.

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